21 de novembro de 2009

Considerações sobre o trabalho pedagógico de Maria Montessori e Célestin Freinet

Ao estudar sobre o enfoque temático 8 foi nos apresentado dois pedagogos: Freinet e Montessori, os quais contribuíram com inovações pedagógicas que conheci e utilizei quando aluna nas séries iniciais que acredito contribuíram com o meu desenvolvimento e na compreensão dos conteúdos. Neste momento consigo identificar em que autores as professoras se baseavam para aplicá-los em suas aulas. Portanto as atividades eram planejadas com base em pressupostos pedagógicos que tinham conhecimento e acreditavam ser eficientes.

Ainda hoje reconheço nas salas de aula a pedagogia de Freinet cantinhos de aprendizagem onde o material didático é organizado e os alunos podem escolher atividades, pesquisar, produzir textos as correspondências inter-escolar para trocar informações e dar sentido a escrita as aulas-passeio: “tem quatro etapas: a motivação, a preparação, a ação e a comunicação.” (Revista Nova Escola, Janeiro 2001).

Porém entendo que levar os alunos para aulas-passeio e organizar a sala em cantinhos, ignorando aspectos sociais e políticos ao redor da escola não estão de acordo com as idéias de Freinet, pois para o pedagogo era preciso aproximar as crianças do conhecimento do seu entorno para transformá-lo, modificando assim o meio em que vivem. Como o conhecido estudo do meio ainda tão utilizado e adequado para conhecer a realidade, história de vida.

Para Montessori a criança precisa entrar em contato com o concreto para depois abstrair o conhecimento.

Os materiais didáticos colocados nos links deste enfoque criados pela pedagoga como o Material Dourado que proporcionam uma melhor compreensão da apropriação do sistema de numeração decimal de forma lúdica e concreta ainda é percebido nas escolas.

Desta forma é possível constatar com os estudos desta interdisciplina as atividades pedagógicas realizadas partem de pressupostos teóricos, de diferentes autores, em momentos e locais diversos, mas que buscam qualificar a educação e provocar mudanças.

15 de novembro de 2009

Reflexões sobre as aprendizagens

Ao realizar as atividades das interdisciplinas do Eixo VII consigo perceber claramente a articulação entre as interdisciplinas. A alfabetização de jovens e adultos baseada na concepção de valorização de múltiplas linguagens para dar sentido a aprendizagem ao resgatar a visão de mundo dos alunos para compreender e transformar o mundo que os cerca, conectando com a Linguagem da Educação onde os conceitos de letramento e alfabetização foram bem enfocados. A importância da oralidade, da escrita e da leitura.

“São as diferentes formas de oralidade, leitura e escrita, que se agregam ao substituem as anteriores, possibilitando outras aprendizagens, outros tipos de produção e recepção de conhecimentos...a escola enfrenta o desafio de incorporar ao currículo essas demandas sociais e culturais e de articular meios para responder a elas”. Texto: A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais (Dall, Zen; Trindade, 2002).

A interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação enfatiza a importância do trabalho integrado em sala de aula e suas relações com a economia e a política vigentes em diferentes épocas e contextos sociais e históricos no modelo de educação brasileira.

“Que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto” Frei Betto (Ivo viu a uva).

O planejamento de um dia de aula abrange aspectos relacionados com diversos textos, incluindo seminário Integrador VII através da construção dos PAs que é uma metodologia que evidencia o planejamento através da análise e reformulações durante o desenvolvimento com argumentação. O que desenvolve a autonomia como processo de construção de aprendizagens significativas.

Na interdisciplina de Libras compreendi que a língua dos surdos é uma língua natural, gestual e visual com expressão facial e corporal que interage na sociedade, esta deve ser tratada de forma legal com respeito por todos os que se envolvem com estas pessoas, sejam familiares, escolas, políticas públicas e a sociedade em geral. Por outro lado é notável que a comunidade surda conseguiu avançar através da intensificação de suas lutas, buscando meios adequados para o atendimento que contemple esta parcela da população que enfrenta dificuldades junto a seus familiares, na escola, no acesso ao trabalho limitando as oportunidades oferecidas pelo contexto social.

Linguagem e Educação

No decorrer da história o conceito de alfabetização foi se modificando em razão das necessidades sociais e políticas, lembro quando a alfabetização das crianças (recordo aqui a minha alfabetização) se dava com uma cartilha e com a junção de símbolos gráficos sem que fosse considerado todo conhecimento prévio que a criança traz do seu dia-a-dia para a sala de aula e a codificação e decodificação era o foco desta metodologia, sendo que ainda encontramos práticas semelhantes.

Dar significado a função da alfabetização, favorecer a exploração pela criança do funcionamento da língua escrita foram se tornando necessidades cada vez mais evidentes. Atualmente a leitura e a escrita estão presentes em todos os espaços e em todos os momentos, sendo necessário não ignorar os conhecimentos prévios trazidos pela criança. Letrar e alfabetizar devem ser práticas co-relacionadas, visto que o letramento é a introdução da criança e do adulto em práticas sociais de leitura, de escrita e de oralidade independente do domínio do código escrito (Soares, 2004), já a alfabetização é o acesso a tecnologia de leitura e de escrita (Soares, 2004).

Diante disto é na sala de aula, o espaço onde estes alunos poderão ter oportunidade de estar em contato, manusear, fazer uso de materiais que envolvam a leitura e a escrita. O papel do professor é ser um mediador na exploração destes materiais, sem, contudo deixar de valorizar os conhecimentos prévios, favorecendo novas descobertas e a apropriação do sistema da escrita e da leitura.

Obs.: Reformulação da postagem feita em 24 de outubro de 2009, conforme os questionamentos da Tutora Rosângela.

Projetos de Aprendizagem

A metodologia de trabalho baseada em Projetos de Aprendizagens, independente do nível ou modalidade de ensino possibilita a reflexão de assuntos, temas, que sejam de interesse dos alunos que irá gerar um questionamento resultando no ponto de partida da pesquisa, onde o professor será o mediador deste processo.

Percebendo o nosso cotidiano onde as mudanças e informações são constantes temos menos certezas e ainda precisamos estar mais abertos às mudanças e, além disso, dispostos a acompanhá-las. Ter no espaço escolar “este tipo de proposta, a idéia é a de que o aluno ‘Precisa aprender a entregar-se com alegria à aventura de soltar a imaginação e a inteligência para criar e construir o novo, sempre disposto a reconstruir, na medida em que entende a relatividade do produzido” (Magdalena e Costa, pg. 93, 2003) como um ponto significativo na formação do cidadão.

A partir do momento em que o aluno participa ativamente da aula, se sente capaz de colaborar, contextualizar suas aprendizagens, talvez esteja aí uma “ação” que causará uma “reflexão” e como conseqüência seria uma sociedade melhor onde a escola estará fazendo seu trabalho social: o aluno como parte viva deste processo.

É possível que este resgate do aluno seja um dos caminhos para amenizar os conflitos pelos quais a escola esta passando atualmente, como o desinteresse e a falta de apego ao ambiente escolar.

A metodologia de Projetos seria então uma maneira bastante democrática de educar que nos permite entender a curiosidade dos alunos, fazê-los pensar e utilizar instrumentos que ajudem no norte da pesquisa que parte da questão inicial e busca cada vez mais acrescentar conhecimento sem que se determine o seu fim.

Obs.: Reformulação da postagem feita em 31 de outubro de 2009, conforme os questionamentos da Tutora Rosângela.