27 de novembro de 2010

Considerações finais

Escrever esta postagem me trouxe muitas lembranças, algumas boas, outras nem tanto, mas que foram muito importantes para a constituição da pessoa que sou hoje. Afinal a desacomodação é necessária para nosso crescimento.
Um dos meus sonhos sempre foi ser estudante da UFRGS, no início do ano de 2007 fiz o vestibular para Pedagogia, receber a notícia que havia sido aprovada foi muito gratificante, nossa quanta felicidade.
Nas primeiras aulas fiquei um pouco perdida, fui apresentada a ambientes virtuais como blog, pbworks, ROODA, email, entre outros, alguns já conhecia, outros eram novidades, e durante algum tempo tive muita dificuldade em utilizar. Durante o curso também foi necessário planejar e replanejar o meu tempo para que pudesse me dedicar ao curso, realizar as tarefas, as leituras, participar dos fóruns, fazer as postagens no blog, com o tempo criei hábitos e passei a me organizar melhor, e isso foi fundamental para tornar o estudo a distância mais proveitoso.
As atividades realizadas, como leituras, trabalhos, participações em fóruns, aulas presenciais, workshops, estágio, entre outros, sempre foram muito significativas. A curiosidade em querer saber cada vez mais e compreender muitos porques me impulsionaram, fizeram repensar, ter descobertas, construções, desconstruções.
Pude compreender que não há receitas, ou uma fórmula certa para se ensinar, é necessário conhecer o aluno, ao entender como o sujeito aprende, estudando Vygotsky, Piaget, Freire, entre outros estudiosos, pude embasar minha prática, ter mais segurança, pude escolher com mais clareza que caminhos percorrer para atingir meus objetivos em minhas aulas. Como educadora procurei usar uma metodologia que proporcionasse ao aluno buscar respostas às perguntas procurei trabalhar de forma interdisciplinar, utilizando o mesmo tema para explorar assuntos de outras áreas de conhecimento. Por isso, tive como referencial os estudos de Piaget, Vigotsky, Emília Ferreiro, Paulo Freire, entre outros, cujas concepções baseiam-se no princípio de que o individuo não adquiri conhecimento e sim, constrói. O processo de construção do conhecimento é feito pelo indivíduo, em interação com o meio durante toda a sua vida.

Aprendi, através das interdisciplinas, ser mediadora e problematizadora, ressaltando que uma das interdisciplinas que veio a colaborar para o meu crescimento acadêmico foi Seminário Integrador, através dos questionamentos, exercício da escrita (postagens no blog), nesta sempre encontrei muita dificuldade, fui protagonista de minhas aprendizagens através da pesquisa, do diálogo, do confronto de ideias, da construção do conhecimento, da socialização dos saberes, da participação, da exploração adequada de diferentes fontes e de recursos.

Muitas foram os desafios e as aprendizagens que influenciaram beneficamente no meu desenvolvimento possibilitando-me ser mais crítica, questionadora, ter mais autonomia, desta forma construindo muitos outros conhecimentos.

Fico muito feliz de estar finalizando o curso, com a sensação de dever cumprido. E é sem dúvida algo que me realiza e me deixa bastante contente, chegar ao final de mais uma etapa em minha vida. Agradeço de coração aos grandes mestres, professores, tutores, colegas, a UFRGS, através do Pólo de Três Cachoeiras, enfim a todos que fizeram parte desta caminhada. Fica a saudade.

10 de novembro de 2010

Reflexão

No blog (http://escritabrasil.blogspot.com/2008/07/letramento.html) indicado pela Prof. Nádie há a definição de letramento literário, como citado na entrevista da Prof. Zélia “O letramento literário – estado ou condição de quem faz usos da literatura – supõe um processo que pode se iniciar antes de se saber ler e escrever. Nas histórias, nos provérbios, nos ditos populares, nas adivinhas, nas parlendas, entre outros textos ficcionais e poéticos da oralidade, por meio de muitas vozes que não se restringem àquelas do universo familiar mais próximo. Na escola, com o aprendizado da leitura e da escrita, os impressos – livros, jornais, revistas e as telas como portadores de textos literários passam a fazer parte desse processo de letramento, dando mais autonomia ao leitor.”

Volto o foco para as histórias infantis, para ter-se consciência do quanto a história pode contribuir no desenvolvimento infantil e de como ela envolve a criança e colabora do seu desenvolvimento por diversas perspectivas, é preciso ver a situação em ação, vivenciá-la de diversas formas (com ilustração, com mudança de voz, com recursos de imagem e som) e principalmente utilizar da magia que o conto de fadas, o faz de conta, e sua posterior representação podem causar em todo o processo cognitivo de aprendizagem da criança, mais especificadamente na faixa etária de cinco anos, conforme trata o tema do TCC.

É preciso que uma aula com histórias não sirva apenas para preencher espaços, é necessário que tenha um objetivo, um fundamento bem estruturado para que cause na criança determinada emoção que fará com que nunca mais esqueça aquele momento, aquele sentimento despertado é preciso ser mágico.

A criança assume que suas relações com o mundo inanimado formam um só padrão, é como se ela interagisse, entra-se dentro da história e isso se dá porque de certa forma o texto age de maneira que a criança se sinta parte dele, interaja diretamente é como se a criança, no momento da leitura, criasse um outro mundo além do que, o conto de fadas é sugestivo, eles deixam a fantasia da criança e o modo de visualizar esta história serem reveladores no tempo de vida da criança. “Uma criança confia no que o conto de fada diz porque a vida de mundo aí apresentada está de acordo com a sua”. (BETTLHEIM, 2002 p. 48).

1 de novembro de 2010

Reflexão

Revisitando o eixo VII a interdisciplina de Linguagem e Educação e os estudos realizados, o texto “Práticas de leitura, escrita e oralidade na educação infantil e no primeiro ano do ensino fundamental” traz alguns apontamentos que trabalhei durante o estágio e que vão ao encontro do TCC, quando diz que: “(...) a narração de contos é um dos temas sobre o qual incidimos. É através deles que as crianças começam aprender a seguir o fio da argumental da narração, a memorizar os começos e fins e também as frases feitas ou as musiquinhas introduzidas no texto. A memorização tem um papel importante dentro dos seus interesses. É por esse motivo que sempre querem que os contos sejam repetidos uma e outra vez, podendo, assim, participar nas frases que já memorizaram e, ao mesmo tempo, do argumento. É por esse motivo também que querem os contos explicados sempre da mesma maneira tudo deve seguir uma mesma ordem, cada fragmento deve ter uma entonação peculiar. Todos esses aspectos ajudam as crianças a serem capazes de narrar por si só as história e mais para frente, facilitando-lhes a escrita, já que o fato de poder antecipar o texto lhes dá maior fluência na hora de escrever.”
Os contos infantis mexem com a criança e para que toda essa sensibilização seja significativa é preciso observar características e pontos importantes no momento de contar a história, como citado no trecho acima e relacionando ao estágio pude perceber isso no momento em que coloquei em prática em sala de aula e percebi o quanto as crianças ficavam mais atentas na história quando havia mudança de voz, quando estavam próximas do narrador e ainda quando visualizavam as figuras. Também gostavam de sentar no tapete, pegar livros (normalmente as histórias que já conheciam) e “ler” uns para os outros, mostravam as figuras e narravam o texto, sempre com coerência, observando início, normalmente iniciavam com o “era uma vez”, meio e fim.
A incidência da narração das histórias no meu estágio foi tão significativa que a partir delas pude desenvolver outras habilidades como, por exemplo, organização de ideias, trabalhar a moral e ainda questões afetivas e cognitivas.