22 de novembro de 2008

Ter o entendimento do funcionamento da escola da maneira como a interdisciplina Organização do Ensino Fundamental proporcionou foi uma experiência, uma visão nova. A noção da legalidade que nos dá o PPP e o Regimento bem como a importância de um plano de estudos bem estruturado ficaram mais claras para o meu entendimento. Ver que estes documentos interagem e se completam e perceber a necessidade da democratização que as mudanças sociais exigem foi de grande proveito, por fim deixo aqui uma indagação que me é pertinente: a escola, os professores estão realmente utilizando estes instrumentos de trabalho em seu cotidiano? Os professores têm contato direto e realmente entendem o PPP, o Regimento como instrumento de trabalho? Penso que é preciso termos mais noção de como tudo isso pode nos ser favorável , penso que um objetivo em comum pode guiar o trabalho escolar e fortalecer o que se quer alcançar.

12 de novembro de 2008

Reflexão sobre minha profissão

Devo deixar claro que no momento não estou atuando como professora, a única experiência que tive no magistério foi no estágio que fiz em 2006, em uma escola da rede pública municipal, com uma terceira série de vinte e três alunos, na qual pude colocar em prática a aprendizagem do curso. Os relatos que farei a seguir são baseados neste estágio, nos estudos que venho realizando e no contato, troca de experiências, que tenho com colegas e professores.

Quanto ao plano de carreira da rede pública estadual de ensino não tenho muita noção, porém, pelo pouco de conteúdo que tivemos acesso no curso e que conheço considero sua abrangência bastante justa, o que não quer dizer que se equipare a o modo como isso se da na prática. Quanto a rede pública municipal pude ter acesso durante o estágio, ele existe há cinco anos e tem uma estrutura abrangente, visto que engloba mudanças de classe e de nível (até mestrado) equivalentes a formação pessoal do profissional e não a sua atuação. O tempo de experiência passa a ser levado em conta na mudança de classe e a formação na mudança de nível, porém estas não acontecem imediatamente ao momento em que é solicitado, podendo demorar meses ou até anos.

Quanto a formação em nível superior, ainda não há influência direta na realidade, visto que não atuo na área. Porém posso afirmar que esta possibilitando inúmeros conhecimentos sobre a política educacional, a organização escolar e principalmente sobre a prática pessoal, ao momento que consigo estabelecer uma relação clara da teoria e da prática. Isto se dá também devido a qualidade do curso, confesso que não imaginava que fosse tão intenso, já que a modalidade é à distância e que ainda assim proporciona qualidade de aprendizado. Quanto à formação continuada ofertada pela faculdade, penso que seja um pouco inviável pois os cursos são de difícil acesso, horários complicados e nem sempre é possível comparecer.

A escola em que estagiei é urbana e se situa na região mais carente do município, abrange a fatia mais necessitada, porém, as condições físicas do prédio, o número de alunos é adequado (entre 20 e 30 por turma) ao espaço físico, a escola possui ainda outros espaços, como: playground, ginásio de esporte, sala de vídeo, sala de leitura, refeitório, aula de flauta, taekwondo. No que se refere a prática docente existe equipes de apoio pedagógico como supervisão, coordenação, psicóloga, psicopedagoga, a escola possui aparelhos de TV e som, data show, e acesso livre a internet. Quando estagiei a relação entre direção e professores hierárquica. A escola possui Conselho Escolar inativo (por motivos de legalidade), Conselho de Classe que se reúne trimestralmente, CPM com reuniões mensais, mas não possue organização por parte dos alunos como grêmio estudantil por exemplo. A relação família escola é bastante distante, visto que os pais não são assíduos na escola quando solicitados e quanto ao processo de aprendizagem dos filhos acontece o mesmo, não é difícil porém presenciar reclamações durante os resultados de fim de ano.

Um professor pós graduado que entre no plano de carreira municipal, classe “A”, terá uma remuneração inicial por volta de R$ 900,00, penso que não é o ideal basta comparar com outras profissões para percebermos a desvalorização, sem falar no desgaste e na dedicação que a carreira exige. Quanto a nova proposta do piso salarial nacional de R$ 950,00 para 40h semanal para nível médio, seria o início de uma remuneração mais justa mas, vê se que não é prioridade para os governantes. Quanto a sindicalização ela existe no município mas não é única na categoria e penso que este não representa os interesses como deveria. Em geral a um caminho grande a ser percorrido e com certeza essas questões fazem-nos refletir.

8 de novembro de 2008

Reflexão sobre a prática docente

Por ainda ter sido somente a experiência do estágio do Curso Normal Médio pude usar o texto “O trabalho docente a pedagogia e o ensino” de Maurice Tardif como um embasamento para futuras situações e também para perceber algumas circunstâncias que aconteceram comigo durante a minha prática. O tempo de prática que tive não foi muito, mas com ele pude viver situações novas e ainda me deparar com a disparidade entre a teoria e a prática e quanto ao texto lido a colocação da teoria na educação foi muito proveitosa já que Tardif cita que a pedagogia deve ser usada com adequação da realidade e do educador e isto nem sempre é percebido. A necessidade de se ter uma postura pedagógica é notável, porém a necessidade de entendê-la e principalmente de aplicá-la é que é pertinente.

Financiamento da Educação

Ao ler o texto “Noções gerais sobre o financiamento da educação no Brasil” dos autores José Pinto e Teresa Adrião e realizar uma pesquisa junto a Secretaria de Educação do município em que resido, procurei buscar informações acerca da aplicação do repasse da verba do Fundef destinada à educação.

O Fundef é um recurso oriundo do MEC repassado aos estados, municípios e Distrito Federal na proporção da matrícula do ensino fundamental de cada rede com base no senso escolar do ano anterior destinado ao investimento e manutenção do ensino.

Destina-se 60% deste recurso ao pagamento de professores em efetivo exercício do magistério e os demais 40% podem ser gastos com itens admissíveis como o MDE, incluindo gastos com formação continuada de professores.

Segundo informações obtidas pela Secretaria Municipal de Educação não existe um regulamento municipal para aplicação da verba do Fundef que seria assim executada conforme a legislação federal. Há, porém, um Conselho Municipal que acompanha as despesas, como pagamento de professores e funcionários. O município, porém, usa mais que 60% dos recursos com despesa da folha de pagamento, atualmente por volta de 75% - número este que esta sendo regulamentado após as eleições – o restante é aplicado nas demais despesas da educação como transporte, formação continuada e outros.

Percebe-se que este recurso vem contribuir para mudar a realidade educacional, embora seja um processo lento, nota-se que há avanços em relação à educação.

5 de novembro de 2008

PPP e Regimento Escolar

Durante a realização da atividade 2 em que foi solicitado a leitura dos textos Projeto Político e Projeto Pedagógico de Bernard Charlot e Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico: Espaços para a Construção de uma Escola Pública Democrática de Maria Beatriz Gomes e Mariângela Bairros, concomitantemente com análise do PPP e Regimento Escolar, foi possível compreender a importância de conhecermos tanto o PPP quanto o Regimento Escolar e como estes são elaborados.

O PPP – Projeto Político Pedagógico – esta proposto na LDB, n° 9394/96, neste documento consta aspiração, idealização e direção que serve de base para elaboração, desenvolvimento e avaliação do currículo. Este documento deve ser elaborado por todos que fazem parte da escola, levando em consideração a realidade da comunidade escolar (contextualização). Define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar, sendo composto de três grandes partes: marco referencial, o que queremos alcançar; diagnóstico, o que nos falta para ser o que desejamos e programação, o que faremos para suprir tal falta.

Já o Regimento Escolar tem como referência o PPP, esta proposto na resolução CEED n° 236/98, é o documento que define a organização e o funcionamento do estabelecimento de ensino, quanto aos aspectos pedagógicos. A elaboração do mesmo também envolve a comunidade escolar. Normativa as ações pedagógicas e administrativas previstas no PPP e nos planos de estudos, sendo que o administrativo deve estar a serviço do pedagógico.

Nota-se, portanto, que há um elo entre o PPP e o Regimento Escolar, ambos complementam-se, tem que haver uma continuidade nesses dois documentos que são norteadores da instituição escolar.


Neste site poderão encontrar mais informações acerca do PPP e Regimento Escolar,

3 de novembro de 2008

Reflexão dos pensadores estudados

Durante os estudos realizados na interdisciplina Escola Cultura e Sociedade,em que pude analisar as teorias de Durkhein, Webber e Marx procurei compreender melhor a sociedade e a relação entre esta e o indivíduo.

Os autores citados “elaboraram e utilizaram conceitos como os de fato social, ação social e classe social. De alguma maneira todos estavam interessados em pensar a relação entre indivíduo e sociedade no mundo moderno”.

Durkhein “acreditava que a sociedade prevalece sobre o indivíduo”, esta ajuda na formação do indivíduo, pois há regras e normas coletivas que orientam nossa vida.

O indivíduo, segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam as regras necessárias à organização da vida social. As gerações adulta transmitem as crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo da sua vida em sociedade. Com isso o grupo social é perpetuado, apesar da morte dos indivíduos.

Pode-se fazer uma ligação entre o pensamento de Durkhein e nossa educação – nossas escolas -, é necessário refletirmos qual é o papel atual da escola para a formação dos indivíduos, quais os conhecimentos, regras, condutas que estamos trabalhando e como poderíamos desempenhar com mais eficácia nosso papel de educadores.

Para Webber, “a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em Durkhein, para ele a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto de ações individuais reciprocamente referidas, Webber define como objeto da sociologia a ação social”.

Weber afirma que podemos perceber diferentes formas de ação social, estas formas ações de social também podem-se chamar “Os três tipos de dominação legítima” que ajudam orientar as ações dos indivíduos. Os tipos de dominação são:
- Dominação legal;
- Dominação tradicional;
- Dominação carismática;

Já para Marx “diferentemente de Durkhein e Webber, considerava que não se pode pensar a relação indivíduo X sociedade separadamente das condições materiais se apóiam”. Marx, buscou analisar a sociedade em que viveu para ele as condições materiais não podiam ser vistas separadamente do indivíduo e da sociedade, nota-se que a educação sempre foi influenciada por interesses de classes dominantes, procurando moldar o indivíduo de forma que esse atendesse as expectativas da sociedade, do mercado de trabalho. O pensador alemão Karl Marx propunha que a educação fosse um instrumento de compreensão do mundo e transformação da sociedade, que a classe trabalhadora também tivesse acesso e condições de ter uma boa educação.

Enquanto alguns pensadores acreditavam que seria necessário construir o “homem novo” necessário a sociedade futura, para Marx este “homem novo” já existia, era a classe trabalhadora, alegava que era preciso dar condições para que esse homem novo pudesse se desenvolver.

Marx contribuiu para a educação no sentido que esta é importante para a sociedade, propõe algumas formas de melhorar a educação, porém, não apresenta uma metodologia educacional.


Fontes Bibliográficas
Oliveira, S. P. Introdução à Sociologia. Editora Ática.
Tomazi, D. N. Iniciação à Sociologia. Atual editora, 1993